Corno de Bico, outra vez. Correndo o risco de os maçar com este bloco, pois está amplamente documentado no “Abertura de Caça”, faltava no entanto alguma coisa: a concretização, isto é, fazê-lo.
Apesar de este ser um vídeo do estilo curto, algo a que poderíamos chamar “VídeoBloco”, um vídeo um problema, tentamos ir um pouco mais longe e mostrar as tentativas, os falhanços e as viagens frustradas pelo mau tempo. A insistência talvez. Motivação para uns, determinação para outros. Sem isso, podemos ser hulk’s, malabaristas ou fakir’s, mas não chegamos lá.
O Caveira Mágica, propriamente dito. Mais um bloco descoberto, aberto e encadeado pelo Júlio. Partilha o extraprumo com o Cubo Mágico. Movimentos amplos levam-nos ao lip onde travamos conhecimento com os simpáticos cristais de Corno de Bico, aqui, num movimento largo, aprimorado tecnicamente pelo José Abreu, desviamo-nos para a esquerda. Posicionamo-nos para colocar o calcanhar com absoluta precisão num dos cristais anteriores, e blocamos a fundo para uma presa que é todo um programa. Apanhada mal ou bem, começamos a tentar ganhar centímetro a centímetro, agarrando o que podemos do lado esquerdo, numa posição extremamente desconfortável e…bastante arriscada…para os huevos, para no último segundo lançar para um puxador salvador. Este era o método original, eu usei uma sequência ligeiramente diferente, num passo explosivo trago o pé direito para esquerda conseguindo assim um dinâmico para o puxador mais controlado e…não arriscando tanto, vocês imaginam o quê.
Esta última sequência é a que faz toda a diferença no bloco, em comparação com o seu vizinho, o Cubo Mágico, uma linha muito mais perfeita e directa. Pois, no final de tudo ter de explodir naquele passo é desesperante, e de cortar a respiração, de tal maneira que quando chegamos à placa e tudo acaba, a descompressão é tal que é necessário ordenar ao corpo para se mexer de forma a fazer os últimos passos que levam ao cimo do bloco.
Duas grandes linhas, grande ambiente, Corno de Bico no seu melhor.