Não faz parte dos propósitos deste sítio ser eco de notícias de relevo internacional. Koyamada escalar um V15 também já não é grande novidade, nem causa grande frisson na metralhadora numérica das notícias de escalada.
A desculpa desta notícia é olhar para o vídeo do bloco um vídeo já com alguns meses que mostra precisamente o encadeamento em pé de Agartha, V14, e no fim revela os primeiros movimentos daquilo que é o objecto da notícia actual: o encadeamento integral do bloco ou seja o Shanbara V15.
No artigo Dai, o Táctico tínhamos focado a atenção no aspecto cerebral da sua escalada, e o que se podia aprender com isso. Vendo este vídeo é impossível não reparar na perfeição técnica dos movimentos para além da força, obviamente também presente. Mas outros aspectos saltam à vista: a determinação e a insistência no trabalho de um movimento de aspecto impossível, o crux do bloco, e por fim a resiliência do escalador quando realiza o problema uma hora depois de ter batido, e bem, com os costados no chão ao cair na parte final.
Pode-se, e deve-se, aprender a ver Koyamada a escalar, a fina expressão de movimentos perfeitos sobre o mais exigente dos terrenos, o granito, torna-se quase magnético. Dez minutos de escalada muito pura.
Ainda outro dia experimentávamos um bloco de presas especialmente pequenas e cristaleiras ao sol, com resultados evidentemente pouco satisfatórios, até que surgiu a cínica sentença “O Dai certamente não estaria aqui a esta hora a experimentar isto”.
O que faria o Dai? Como escalaria o Dai? Escalaria a 110%, seria mais preciso, mais dinâmico, mais combativo e certamente esperaria pelas melhores condições possíveis.
Isto pode, e deve, ser a personificação de um ideal, pois obviamente o Dai também terá os seus dias horríveis como humano que é. No entanto se dermos mais 1% para além do nosso limite se formos mais resilientes e mais concentrados obviamente iremos melhorar aquilo que estamos a tentar e com isso já terá valido a pena ter feito a pergunta: O que faria o Dai?
Nem de propósito… ontem a rever o vídeo pensei o mesmo. Que precisão de movimentos. Apesar de as tick marks não serem algo de muito elegante, até nisso revela um detalhe e exactidão brutais. A forma como ganha as presas de pé parece que o fazem esticar (como se vê num pé/mão no final do problema).
Um aparte sem interesse nenhum, na minha opinião percebe-se melhor a dureza do bloco e a forma como o escalou no vídeo de pequena dimensão que passa junto aos “créditos” finais.
Enfim, babugemo-nos para aí, porque mais babugento que isto não há. Um Yá Tá para todos.
Aprender, nada tem a ver com a babugem…mas só Cunhamada poderá certificar se assim é…
E babujar nada tem de mal… desde que com moderação, pertinência e qualidade.
Está escrito no livro do mestre:
O que dá Dai, Dai não tira
aprende com Dai que Dai sempre não dura
🙂
Evidentemente que iria para Cunha blocar,
“Sabes como é o Dailinho”
Que faria o Dai, se a Babugic viesse?
Uma “Vaporeto Garrânio”com certeza compraria!
E assim faria com que a humidade desaparecesse;
E com um depilador de cristais todo o dia blocaria.
Enquanto o Dai não vem,
Muitas escolhas ficam no ar.
Para a humidade “não há pai para quem”…
Já para os cristais as costas da escova pode ajudar 😉
MC
Sublime. MC, permite-me a analogia, mas és tão polivalente na escrita como na escalada. Tanto divagas pela proverbial poesia de pé de via, como no dia seguinte te perdes nos meandros do romance babugento. Esperamos ansiosamente pela sequela de Codex 678, onde consta que explanarás as mais recentes teorias acerca da ingerência de membros da Opus Dai (fiéis seguidores das doutrinas de Cunhamada na busca pela perfeição) entre a cúpula do estado de Vaticorno.
Excelente preâmbulo, Rodrigues
Dizem que os seguidores de Cunhamada, ou seja os membros da Opus Dai, penitenciam-se com chicotes de crina de garrano de cada vez que falham uma presa de pé, dormem em camas de cristais de Babugic, nunca injuriam e quando o fazem, por obrigação ou descuido, procuram não invocar o nome do Papa do Vaticorno em vão. Seguem uma dieta rigorosa à base de farináceos para não serem vítimas do pecado da Proteína, e por último rejeitam a crimptologia como dogma.
É o que dizem, mas como em todas as irmandades só os iniciados o saberão.
Dizem…Dizem também que “esses” seguidores são ermitras que vivem enclausurados na Fátima do bloco, escalando linhas que assentam numa filosofia de auto-flagelação na tentativa de castigar o corpo através do sofrimento, abstraindo assim a mente de pensamentos impuros e babugentos. Dizem que são também guardiões das fórmulas que permitem descodificar parte dos documentos onde estão registadas as suas babugentas teorias. Como inflitrado decobri uma dessas formulas:
NBabugem = ∑5TUπ10
MC
PS:Quanto ao não evocar o nome do Papa em vão, é que “Ele” só avisa uma vez!