Os Sete Pilares do Bouldering. IV Técnica.

IV. Técnica. Dançando Com as Placas.

Um pilar não se substitui a nenhum outro, por isso seria redundante dizer que este é o mais importante. Se não é o mais importante será uma espécie de base, ou melhor, deveria ser o primeiro a ser construído na formação de um escalador de rocha, sim de rocha, entenda-se.

Citando um famoso título de um dos primeiros filmes de escalada: Escalada é movimento sobre rocha, e estaria tudo dito. Hoje em dia com a proliferação dos muros artificiais de escalada o primeiro contacto com a escalada para muita gente é em presas artificiais e superfícies verticais a muito extraprumadas, pois as placas, por norma, estão ausentes destas infraestruturas, que são excelentes para as mais diversas finalidades, mas não permitem aprender o delicado jogo de equilíbrio e posicionamento de pés que são a base da escalada.

O protagonista deste episódio, o Miro, para além de excelente fotógrafo que temos a sorte de contar como colaborador neste sítio, é também um escalador tecnicamente sobredotado apenas pecando por não ter uma pratica constante. Um escalador deste género, ou calibre, mesmo não escalando tem sempre algo a ensinar, e deveríamos sempre saber aprender com quem escala melhor do que nós, num sentido em que escalar melhor não tem rigorosamente nada a ver com o grau.

Uma vez ouvi do Miro uma frase paradigmática: “ a placa é o berço do movimento”, aí fica para quem quiser, ou souber, ler.

Aqui fica também: “dançando com as placas”, uma ode à escalada. SM

15 Responses to Os Sete Pilares do Bouldering. IV Técnica.

  1. crash pad dummy diz:

    …grande personagem, grande bloco e grande cenário. Parabéns pelo filme, a deixar muitas saudades dessa luz baixa ao entardecer…

  2. Sem dúvida o meu pilar preferido!!!
    Aquele em que ainda dou algumas cartas, agora que estou cada vez mais frouxo…
    Também gosto de pensar que escalo cada vez melhor, apesar de escalar cada vez menos grau… Conforta a alma!!!

    Bom vídeo e boa escalada!

  3. Vídeo 5 estrelas!!!!
    Mas aqui entre nos, para placa as presas de mão são puxadores.
    Abraço
    João Animado

    • nortebouldering diz:

      Obrigado, Animado. A placa não era suposto ser excepcionalmente difícil, para ilustrar o nosso ponto de vista…curiosamente tem um começo sentado que lhe triplica a dificuldade, pelo menos…por isso quem não ficar satisfeito com flutuar imponderavelmente pela placa acima pode sempre começar sentado e tentar perceber o nome do bloco. Grande abraço.

      • Pois não me levem a mal, o comentário nada tinha a ver com a dificuldade, mas como as placas são sempre madrastas qualquer presa é uma salvação, podemos ter uma placa de IV grau em que as mãos vão “espalmadas” na rocha, e não deixa de ser uma escalada interessante. E por falar em dificuldade em placas, um post sobre cotações de placas também ia dar pano para mangas.
        Aquele abraço
        João Animado

      • nortebouldering diz:

        Ninguem levou a mal. Manda sempre. Como cotar placas…eis, de facto, um tema complexo.

      • FPereira diz:

        PQP video bom.
        (…)curiosamente tem um começo sentado que lhe triplica a dificuldade(…)/
        Vendo o bloco e considerando esta sugestão não consigo deixar de imaginar, em vez de sentado, um começo “encostado”, pés ao alto, só nos puxadores… só para o Animado…=)Apenas para me certificar que ainda é em placa que a malta faz mais caca!-
        =)

  4. José Abreu diz:

    Mais um excelente vídeo.

    Já agora podes ir aperfeiçoando a técnica 🙂

    Abraço

  5. Pedro Rodrigues diz:

    Não é possível… filmagens inéditas de Cunha, a Fátima do Bloco?

  6. Pedro Rodrigues diz:

    (o comentário anterior era uma resposta ao Zé, que ficou fora de sítio)

    É frequente ver gente a praguejar nas primeiras vezes que vai a este bloco e não vê forma de descalçar os patins no começo sentado… Miro, também conhecido como o “dicas de ouro”.

  7. topas diz:

    Jamais esquecerei essa mítica frase do Miro: “A placa tombada é o berço da técnica” que segundo me recordo surgiu ao irmos para a freita quando tu,Matias,andavas na Never Land!
    Dps de ver o filme o disquete parece fácil…a mais pura das ilusões,especialmente o cs.
    Parece-me que te esqueçes-te de mencionar o grau do bloco.
    abraço e parabéns pela saga,está brutal!!

    • crash pad dummy diz:

      …pensando bem, aquele sector é pródigo em blocos “monkey-free”. Penso no “esmaga-bolas”, no “barba e cabelo” (a.k.a. o nome que o Júlio lhe terá dado) ou ainda no “salvem o soldado Magno”, já para não falar nas pérolas do sub-mundo vegetal… onde os fungos encontram repouso e a chuva chega sempre mais cedo, etc.
      A técnica tem uma característica muito boa, é que não depende da força, pode-se desenvolver com qualquer nível de força. Por outro lado, a única forma de a adquirir é escalar em rocha, muito, e em terrenos diversificados.

  8. uma vez, estava eu a dizer ao zé que tinhamos umas vias no Caramulo, um pouco “tombadas”, de placae ele perguntou-me: “mas tomabadas para descer de bicicleta ou para subir de bicicleta?”

    Agora percebi melhor o conceito!!!

    E a propósito das placas e da força, não consigo fazer força no pulso direito (STC), mas isso não me tem impedido de escalar vias até 6b+!!!

    Boas escaladas técnicas para todos!

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